A entrevista de Paulo de Carvalho hoje no Record confirma aquilo que se esperava: a época 2006/2007 é para aguentar, a grande preocupação é o equilíbrio financeiro.
Como já disse mais do que uma vez, gostava de um pouco mais de ambição. Não tanto pela subida - que, concordo, não é fácil - mas porque me parece muito difícil mentalizar jogadores que vêm da Superliga a jogar para o meio da tabela na divisão de honra - e o taxi que virá o Marítimo só reforça essa ideia.
Há inúmeros exemplos de casos como este que correram mal - e é isso que me preocupa (veja-se o Moreirense).
PS - Paulo de Carvalho anuncia que se recandidata. Faz bem. Não teve um mandato feliz e, tendo recebido na equipa na primeira, não a pode deixar na segunda. Mas, claro, era importante que aparecesse outro candidato para discutirmos mais o clube.
Um dos erros da formação do plantel da época passada foi a fraca (nula?) qualidade dos reforços - jogadores que poderiam ser bons para divisões inferiores, mas que não mostraram futebol (qualidade) para a superliga.
Significa que estes mesmos ex-reforços estarão (mais) adaptados à descida de divisão? Por essa lógica de raciocínio sim.
Por outro lado, há o risco de alguns jogadores da época passada não «aguentarem» psicologicamente a descida, e isso não seria caso único: já o escrevi, penso que a jogadores como Evandro faria bem rodarem noutra equipa. Bruno Mendes ou Mora (Danielson) seriam outros exemplos (mas - insisto - custa perder Gaúcho para o Feirense...).
Ou seja, há aqui um trilema na constituição da equipa: demasiados jogadores da «superliga» trazem qualidade mas podem não ter o rendimento desejado no contexto novo, por causa do «trauma»; os reforços do ano passado podem não ter a qualidade desejada; os reforços que estão a ser contratados não inspiram grande confiança.
Como resolver o trilema? Apostar numa meia duzia de jogadores da formação local, escolher, entre os que ficam, uma dezena com o perfil de Niquinha e fazer cinco ou seis reforços com perfil de divisão de honra (não foi diferente o que fizeram Inácio e, sobretudo, Neca para conseguirem subir).
A manutenção de João Eusébio como treinador foi o primeiro sinal; a falta de reacção por parte da Direcção, na hora da descida, foi outro; finalmente as contratações feitas nestas semanas têm mostrado que a equipa parte sem qualidade de futebol para atacar a subida de divisão (perder Gaúcho para o Feirense é um pouco humilhante...).
Já aqui o tinha dito, com Belenenses e Guimarães na pole position, parece não haver mais lugares. E que grandes loucuras seriam sempre contraproducentes.
Mas o futebol - felizmente - não é uma ciência e pode acontecer que Guimarães ou Belenenses não subam, abrindo-se uma vaga.
Como sócio, gostaria de perceber alguma ambição na equipa. Gostaria de saber que estamos a lutar pelos dois primeiros lugares - mesmo que no final não o conseeguíssemos (é isso que deve fazer uma equipa que se afirma como sendo de primeira, das que fazem parte do lote das que têm tradições entre os grandes).
Desistir é perder! E eu não podia estar mais pessimista!
Dizem as estatísticas que o Gil elaborou que Zé Gomes foi o jogador mais utilizado (34 jogos, 29 completos).
Em segundo lugar aparece Chidi!
Alinhou em 33 jogos, foi 21 vezes substituído, cinco vezes suplente utilizado e só fez sete jogos completos. 2218 minutos para três golos (739 minutos por golo, o que significa um golo de 10 em 10 jogos!)
Será que estes números não fazem pensar?
(este é um dos vários textos que escreverei nas proximas semanas sobre a preparação da época que aí vem).
Continuidade de João Eusébio.
Não me parece uma boa opção. Eusébio teve a sua hipótese e falhou. Precisamos de alguém que venha com «astral» positivo, que traga uma mensagem vencedora, que introduza optimismo na equipa (e no clube). Não me parece que Eusébio tenha condições para esse desafio.
Plantel
Defendo uma aposta nos jogadores de Vila do Conde, mais a experência da equipa do ano passado (é natural que Gaúcho saia, mas se a Direcção mantiver os principais jogadores, isso é muito importante como sinal de aposta; acho que fazia bem a Evandro sair). Além disso há jogadores que podem e devem ser dispensados. Idalécio, mesmo Mozer e sobretudo aqueles que nada trouxeram à equipa na época da descida: Chidi ou Keita estão na primeira linha, Agostinho (por não ser opção), Diogo e Ricardo Jorge são outros nomes com alguma lógica.
Ambição de subida
Li hoje no Record que Paulo de Carvalho não vai assumir a subida como objectivo central. Percebo e aceito: perante uma concorrência tão forte, apostar e não estar a conseguir é frustrante (como o Leixões). É mais razoável partir de baixo (Aves...) e chegar lá em cima. Porque obviamente queremos subir de divisão!
Não sou uma pessoa com boa memória, mas não me lembro de uma época tão má, mesmo quando descemos - é verdade que a descida se confirmou apenas na última jornada e que uma vitória frente ao Sporting podia ter atirado a salvação para Leiria. Mas isso deve-se mais à pulverização de resultados entre a concorrência mais directa.
Descemos sem termos feito dois ou três jogos de qualidade - e não falo apenas pelos que vi, também pelo que ouvi e li.
Merecemos descer - por muito que custe reconhecer. E custa muito dizê-lo. Não mostrámos futebol de qualidade, tivemos a jogar, a titulares, jogadores do campeonato das aldeias, falhámos nos momentos cruciais. Preferia agarrar-me a coisas como «grande injustiça» ou «escandalo»...
Mas a bem dizer, de que é que nos podemos orgulhar nesta ápoca? De mestre Niquinha, das revelações Fábio Coentrão ou Vítor Gomes? Da nossa Direcção ter tido um comportamento ético? É muito pouco - sobretudo pela travessia do deserto que aí virá (espero enganar-me...).
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